Há alguns meses atrás, estava conversando com um amigo num evento e tocamos no assunto de constelações sistêmicas. Fiquei curiosa e fui buscar mais conhecimento, experiência, aplicação, casos de estudo… Pois bem! Estudei e me envolvi tanto, que comecei a levar esse assunto para palestras ( Acesse a palestra aqui! ). E qual o intuito? Despertar as pessoas para observar tudo que nos cerca.
Constelações nos remete a um conjunto de estrelas. Então, vou usar esse exemplo para explicar melhor. Se pegarmos um conjunto de estrelas teremos umas que são grandes outras pequenas, umas mais opacas e outras mais radiantes, algumas mais próximas do sol… Não importa se cada estrela tem sua peculiaridade. O que importa é que quando estão juntas, formam uma constelação. Logo, podemos pensar que a família é uma constelação, assim como a empresa que trabalhamos… temos pessoas diferentes que juntas formam um grupo e geram valor para seu ambiente. Todas pessoas tem seu peso, seu valor dentro de um sistema. Constelação trata-se de como pessoas e sistemas se relacionam.
Seguindo essa linha de pensamento, o grande filósofo, teólogo e psicoterapeuta alemão Bert Hellinger criou uma nova abordagem de psicoterapia sistêmica: Constelações Familiares e Constelações Organizacionais. Hellinger tem hoje 80 e poucos anos, iniciou seus estudos sobre Constelações há cerca de 30 anos quando foi ser missionário na África do Sul. Ficou 16 anos convivendo e observando as tribos; como se organizavam, como se comportavam, como se relacionavam, quais eram suas dinâmicas e leis dentro da família e no clã que faziam parte. Após esse período, Hellinger retornou para Alemanha e começou a estruturar seus estudos. Descobriu, no processo de seu trabalho, que a consciência do individuo não é o juiz do certo e do errado (não julga), mas está ligada a certas ordens pré-definidas, as quais batizou de “ordens do amor”.
As “ordens do amor” estão divididas em 3 leis:
A Lei do Pertencer cada pessoa que nasce ou é vinculada a um sistema – família ou organização, necessita ser reconhecida como membro integrante e respeitada no seu lugar e papel, dentro desse mesmo sistema.
A Lei da Hierarquia diz respeito a pessoa que chegou primeiro na família ou na organização. Os mais velhos merecem ser olhados com muito respeito e cuidado, pois foram eles que manteram a família ou a organização até agora, antes de você chegar. Tudo que esta estruturado hoje foram eles que colaboraram.
A Lei do Dar e Receber também chamada de “Lei da Troca” foi observado que todo ser é dotado da capacidade de troca, oferecendo a outros seus dons, conhecimentos, experiências e habilidades, e recebendo daqueles o que for importante para satisfazer suas necessidades de sobrevivência, crescimento e desenvolvimento dentro do seu habitat.
Na visão de Bert Hellinger, a nossa familia (Constelações Familiares) ou a empresa que trabalhamos (Constelações Organizacionais) é um clã, uma pequena tribo dentro de uma sociedade, que possuem suas próprias regras e principíos. A pessoa que não segue as regras ou que fere as 3 ordens do amor, normalmente é excluído do sistema e essa situação é um dos cenários que as organizações constelares e familiares trabalham. Quando essa exclusão não é resolvida, você não consegue refazer o vínculo que tinha com a pessoa, ocorrendo o que chamamos de Emaranhamento (inversão ou ausência de papéis dentro de um sistema).
Portanto podemos dizer que o grande objetivo das constelações é realmente arrumar um sistema que permita restaurar o fluxo de ordem que foi ferido de alguma forma no passado. A pessoa foi excluida de alguma forma ( por exemplo: divorcio dos pais, morte de um ente querido ou mudar um funcionário de área sem explicações), por não ter conseguido fazer parte de um sistema. A constelação tem que inserir essa pessoa novamente num sistema, refazendo as conexões necessárias para ela manter o equilibrio e reaprender a viver com a família e com o trabalho.
Bom, espero que o assunto tenha despertado a sua atenção, como a minha 🙂
Até o próximo post pessoal!