- Gestão 1.0 (Modelo autocrático): baseada em modelo de hierarquia pirâmide, onde apenas um profissional tem o poder de decisão e todos abaixo executam, sem participar ou questionar. Um trabalho rotineiro, desmotivador e desvalorizado.
- Gestão 2.0: trouxe uma parte do modelo Gestão 1.0 mas com o incremento de utilização de ferramentas que ajudam a enxergar problemas e encontrar soluções como Swot, Balanced Scorecard, Matriz RACI e etc. O foco era qualidade, produtividade e eficiência.
É claro que quando eu falei desses modelos de gestões acima, você identificou alguma empresa que trabalhou ou até mesmo ainda trabalha, tendo um chefe que delegue atividades para serem feitas, profissionais que não são envolvidos nos projetos, metodologias ultrapassadas, que geram N documentos e burocracias no seu dia a dia, áreas que concorrem entre si e entregam produtos obsoletos, falta de autonomia e capacitação … tudo isso para no final termos a conclusão que a inovação é baixa e a gerencia sobre problemas, é alta. Eu já trabalhei nos 2 modelos antigos (gestão 1.0 e 2.0) e vou ser muito sincera, não quero mais 🙂 A Nova Gestão é muito melhor!
Diante de todos esses problemas, em 2010 um holandês chamado Jurgen Appelo teve a visão do que poderia ser melhorado e lançou um livro chamado Management 3.0 – Agile Developers, Developing Agile Leaders. Foi um sucesso de vendas! No livro, Jurgen apresenta a Nova Gestão (Gestão 3.0) como um movimento de inovação, liderança e gestão, que na verdade e na minha opinião, não é tão inovador assim, pois muitas ferramentas apresentadas, já existiam nos ambientes de trabalho e são usadas nas empresas até hoje, como por exemplo a tabela RACI. Mas continuamos… O livro fala sobre trabalhar junto para encontrar a forma mais eficiente, para que o negócio atinja os seus objetivos, enquanto mantêm a felicidade dos trabalhadores como uma prioridade. É um modelo de gestão muito mais focado nas pessoas, nos trabalhos que elas desenvolvem juntas e como interagem, do que qualquer outro modelo de gestão. Tem como proposta revolucionar a forma como líderes atuam dentro das empresas com seus times, pois auxilia empresas a repensarem sua estrutura e seus processos para se tornarem mais produtivas, ao transmitir técnicas e ideias que podem ser usadas para ajudar um gestor a motivar pessoas, empoderar times, alinhar restrições organizacionais, desenvolver competências, crescer a estrutura empresarial.
Logo, podemos dizer que a Nova Gestão é uma evolução de gestão que impacta gestores de projetos, gestores de nível médio, CEOs, líderes, empreendedores e programadores de soluções. Esse impacto acontece exatamente na forma de atuação do gestor, pois o seu papel nesse novo processo é como se fosse de um “jardineiro”, que atua no seu ambiente de trabalho adubando, regando, protegendo suas sementes. O “jardineiro” não gerencia as sementes, mas o ambiente necessário para elas viverem e fazerem o seu papel dentro do ecosistema. Ou seja, o gestor precisa esta sempre por perto, auxiliando, suportando e adaptando o ambiente para que seus profissionais consigam desenvolver um bom trabalho atingindo os objetivos propostos.
E ai? Conseguiu perceber a diferença da Nova Gestão para as outras? É uma mudança significativa. Gestores não ocupam mais cargos de confiança. Passam ter comprometimento com os resultados da empresa, com os projetos realizados, objetivos a serem alcançados e com o trabalho do seu time principalmente. Requer muito mais competências pessoais desenvolvidas para lidar com tantos fatores organizacionais, do que nos modelos anteriores, onde a unica ação era transmitir ordens.
A seguir descrevo um conjunto de ações, citadas pelo Jurgen Appelo que podem ser feitas para melhorar a forma de você gerir seu ambiente:
Compartilhar conhecimentos: conhecimento e experiências devem ser trocadas, isso estimula a criação de vínculos de confiança entre as pessoas
Dividir as Decisões: as decisões não podem permanecer centralizadas, pois os funcionários precisam ser envolvidos e estimulados a participar da solução dos diversos problemas da instituição;
Estimular o aprendizado contínuo: reserve tempo para capacitação sobre assuntos que envolvem o trabalhos. Isso favorece que o modelo de gestão de sua instituição seja diferenciado e seja valorizado;
Internalizar os valores da instituição: somente com a cultura internalizada, seremos capazes de inserir novos formatos;
Socializar equipes: promova a perfeita comunicação e estimule a conversa e a interação entre todos os times;
Motivar funcionários: isso cria condições para que eles se sintam confortáveis e seguros para opinar sobre os problemas existentes;
Não crie limites: a estrutura deve ter hierarquia horizontal, isto é, cada um possui papel importante no sucesso da instituição, portanto, não crie divisões , desdobramentos, níveis ou limitações.
Portanto, meu amigo leitor, já passou da hora de melhorarmos nossos processos e interações entre as pessoas e as áreas de conhecimento. Migrar de um modelo autocrático para um modelo colaborativo não é fácil, mas vale muito a pena fazer, pois você terá um time muito mais unido, produzindo com comprometimento e inovação.
É bom lembrar, que é necessário vocé ler muito, estudar e praticar gestão com as pessoas num ambiente de trabalho. Achar que é só fazer o curso do nosso amigo Jurgen Appelo e sair aplicando, não te trará sucesso imediato. O processo de aprendizado é igual quando fazemos mudança… aplicar, errar, aprender e adaptar.
Espero que tenha gostado 🙂
Até o próximo post!
o que mais concordei no post: que na verdade e na minha opinião, não é tão inovador assim (rsrs) Tem empresas que usam praticamente TODOS os conceitos desde a década de 50. Claro que os conceitos se tornaram mais explícitos, mas as pessoas fazem um AUE tão grande em cima dos conceitos e não dão uma pesquisada na história pra ver que muitas, senão todas, estas coisas já existiam. Parabéns pelo Post minha amiga.
Amigo, agora você tocou num excelente ponto… O conceito e a teoria sempre vão existir. Mas o que vai fazer diferença é a prática, as ações no dia a dia. Um bom líder age pensando no seu time e em tudo que o cerca. Se não for assim, temos um chefe que comanda e se defende o tempo todo.
Precisamos de mais ação e menos egocentrismo! Muito obrigada pelo comentário! Vc é sempre bem vindo 🙂
Annelise, vc arrebentou no resumo! concordo com tudo e tenho vivência de sucesso desse modelo há, pelo menos, 15 anos. Sempre pensei na equipe como algo que, “motivado e com a camisa vestida”, se torna uma chave de sucesso e de confiança, tanto é que, em 2 experiencias profissionais, a minha saída deixou susbtitutos preparados para tocar o barco. O que mais orgulha é quando vemos a equipe agindo de forma autonoma, pelos seu proprio estimulo e convicção. Abraço!.
Muito obrigada meu amigo! Gestão é um assunto bem vasto e cauteloso, pois falamos de individuos com especialidades diferentes que precisam trabalhar juntos para fazer a mesma entrega. A melhor coisa é trabalhar de forma humanizada, as pessoas se sentem valorizadas, quando são ouvidas e quando tem espaço para trabalhar! Bom trabalho e parabéns pela evolução! Abs