Hoje, trago um assunto que sempre é polêmico e aparece nos eventos que participo sobre tecnologia e gestão: o papel da mulher nas corporações. Na minha opinião é importante discutirmos papéis, funções e responsabilidades. Mas quando vejo o assunto voltado para o comportamento da mulher, tratando como gênero, de forma pejorativa, não vejo ganhos em debater.
A discussão, quando direcionada para o sexo (homem ou mulher), torna-se pessoal e invasiva, pois você esta se referindo ao comportamento da pessoa, e não ao trabalho que o profissional desempenha. Concordo que existem profissionais que não possuem um bom comportamento dentro da empresa. Ambos, homens e mulheres, podem preferir utilizar “outros caminhos” para alcançar seus objetivos. Mas cada um é responsável por sua carreira e trajetória.
Infelizmente, o brasileiro tem a péssima mania de generalizar os fatos. Ou seja, se uma mulher ou um homem fazem algo errado ou anti-ético, dentro ou fora da empresa…Pronto! A noticia corre como um foguete e antes mesmo de procurarmos ouvir a versão dos fatos, a pessoa já esta rotulada por todos conhecidos. Precisamos tratar esses assuntos com carinho, sem envolver ou explanar para muitas pessoas.
Mas a pior parte pra mim é o julgamento! Quem julga muito o outro profissional, ou mesmo a outra pessoa, não se da a oportunidade de realmente conhecê-lo, de ajudá-lo. Cria um esteriótipo baseado em algumas situações, que ele viu ou soube por alguém, e rotula da forma que ele quer. É justamente por termos essa cultura, que encontramos nas empresas os famosos Códigos de Ética, para dizer a todos profissionais, que existem regras de convivência a serem seguidas, para termos uma ambiente saudável.
Quando você julga uma pessoa, você compara os valores da pessoa com os seus. E se eles não forem iguais ou parecidos, já é o bastante você difamar o outro. Logo, se a sua amiga de trabalho ligou dizendo que não poderá comparecer hoje porque o filho esta com febre, converse, desenrole o papo, colha informações e apure os fatos para avaliar se é verdade ou não. Faça isso, antes de qualquer pensamento errôneo passar pela sua mente. Coloque-se no lugar dela e reflita! Garanto que o resultado será bom! Ser transparente é a melhor atitude que você pode ter, com seu líder, com seus amigos de trabalho e com a sua empresa.
Então, antes de sair por ai falando mal das pessoas, julgando o trabalho pelo comportamento, por ser homem ou mulher, atente-se ao fato que você foi contratado pela empresa para trabalhar, para entregar resultado. Profissionais com conhecimento, habilidade e experiência não só conseguem sustentar o seu cargo dentro de uma empresa, como conseguem desenvolver uma carreira sólida e próspera, sem distorções.
Quem se preocupa muito com a pessoa e não com o profissional, acaba ficando sem emprego. Fala muito da vida alheia e esquece de focar no próprio trabalho. Ser homem ou mulher não faz diferença para uma empresa. O que faz diferença para uma empresa é como você contribui, trabalha e desempenha o seu papel.
Bom, essa é a minha opinião sobre o assunto!
Até mais pessoal 😉
Excelente artigo Annelise!
Julgar profissionais por boatos é uma situação arraigada e dificil de se combater… Tenho um causo no mínimo curioso sobre isso. Não é o único mas é bem emblemático!
Eu trabalhava em uma empresa a uns anos atrás e me tornei mentor de um outro profissional. Parte das minhas funções como mentor era ajudar na coleta de feedbacks.
Um ponto me chamou muita atenção nos feedbacks desse profissional.
Relatos de que a pessoa fazia brincadeiras fora de hora e de cunho pessoal no trabalho, beirando o anti-profissionalismo e por vezes ferindo o código de conduta da empresa se repetiam, quase que com as mesmas palavras por dois anos seguidos. Tendo sido coletados por 3 pessoas diferentes, em diferentes equipes.
Depois de conversar com os mentores anteriores e muitas outras pessoas de 2 áreas diferentes da empresa na qual essa pessoa havia atuado descobri que tudo tinha origem em um boato!
Uma situação que havia ocorrido 2 anos atrás, foi mal interpretada e virou um boato que perseguia essa pessoa. 2 anos! Imagina só… A maioria das pessoas envolvidas na situação original nem estavam mais na empresa! 2 anos com a carreira estacionada e uma grande desconfiança por parte do departamento de RH da empresa. Dúvidas sérias que podiam ter levado a uma demissão.
Se você ouvir um boato por aí faça o possível para para-lo. Nunca o passe adiante! E principalmente lembre-se de mencionar que existe um boato *não confirmado* e tóxico caso venham coletar feedback seu sobre essa pessoa. Estresse que esse boato precisa ser esclarecido e que é necessário ouvir os dois lados!
Muita gente repassa boatos como verdade e isso impede a pessoa em questão de se defender da situação.
Tenho certeza que é o que todos nós gostariamos que acontecesse conosco ao invés de ver a carreira estaciinada por dois anos não é mesmo?
Olá Handrus! Obrigada pelo retorno e pelo relato. Eu já vi de tudo em empresas, eventos e quando vou escrever, penso em tudo que passei, vivenciei e agi. As pessoas podem ter auto estima baixa, terem acabado de entrar para um grupo ou um ambiente, mas é impressionante como isso tudo é esquecido quando a pessoa começa a julgar a outra sem conhecer e na covardia e defesa, inventar rótulos ou situações que coloquem o profissional em declínio. Não falo isso só no ambiente corporativo não. Em outros ambientes tb acontecem isso…Temos que ter muito cuidado com pessoas com esse tipo de comportamento e avaliarmos se vale a pena ou não, ouvir e pesquisar a veracidade das informações. Uma coisa eu posso te dizer, a verdade sempre aparece, mais cedo ou mais tarde.
Então o melhor é fazermos o nosso trabalho, entregar valor, estudar, evoluir mentalmente para não dar margem e tempo para esse tipo de coisa acontecer 🙂
Abs e até breve!