Como levamos tecnologia para o campo promovendo Agronegócios???

Em Setembro de 2019 a Revista Campo me entrevistou com intuito de falarmos como levar tecnologia para o campo e fomentar negócios, ajudando as comunidades locais em suas evoluções.

Jornalista: Um dos focos da Campus Party Goias 2019 é o agro, principalmente por Goiás ser referência nesse setor no Brasil. Mas hoje esse segmento têm realmente espaço garantido no mercado de inovação? De que forma?

Annelise: Na minha visão de mercado, o Agro tem muitas oportunidades para evoluir e crescer se pensarmos que a tecnologia pode apoiar desde do estudo e preparação do solo e das sementes até a colheita, embalagem e entrega. Acredito até que a inovação no Agro é muito mais única e a frente do que se pensarmos em produtos industrializados, pois temos uma variedade enorme de grãos e sementes, assim como recursos diferentes que fazem parte do desenvolvimento e tem valor direto na produção.

Jornalista: Como podemos criar conexões assertivas, compartilhar conhecimentos para que o agro estimule ainda mais o espírito colaborativo e impulsione novas ideias empreendedoras?

Annelise: Acredito que as escolas, universidades e as comunidades são ótimos canais para fomentar conhecimento, engajamento e experimentos, pois temos a curiosidade e o tempo dos jovens a favor da ciência! Ter laboratórios e espaços estruturados que possam suportar pesquisas e desenvolvimento gerando resultados em pequenas empresas (startups) ou parcerias com empresas maiores, ao meu ver, também ajudam acelerar e comprovar estudos. Se quisermos que o conhecimento se torne uma competência na sociedade precisamos inserir eles nas instituições de ensino para que se retroalimente por gerações.

Jornalista: Qual é a importância de ter um espaço para compartilhar tudo isso, seja na imersão de um evento quanto na contribuição entre as comunidades voltadas à tecnologia e inovação?

Annelise: Quando temos a oportunidade de fazer um evento que reuna profissionais de vários estados do país trazendo sua experiências, seus conhecimentos e principalmente, a vontade de ouvir as necessidades e querer ajudar o resultado são novas ideias e soluções para cenários variados. É muito importante não só promover eventos grandes, como a Campus Party, mas também ter eventos menores, com recorrência e assuntos atrativos, que vá onde os agricultores e investidores estão. Temos que unir as partes interessadas, ouvir as dores, as ideias e juntos propor soluções.

Jornalista: Quais as novidades você vai trazer para a Campus Party Goiânia, que ocorrerá em setembro, dentro do trabalho com Tecnologia de Informação, liderança, empreendedorismo e empoderamento feminino?

Annelise: Aceitei o convite da Campus Party com intuito de falar sobre como extrair as necessidades e entregar valor para seu cliente. É um trabalho que requer um profissional que entenda do negócio, que tenha habilidades inter-pessoais e que use técnicas, ferramentas para trazer a melhor visão de negócio para o cliente/usuário! Esses profissionais estão escassos no mercado, seja por falta de capacitação ou por falta de visão do empreendedor, que acha que ele sabe o que é melhor para o cliente, em vez de ouvir o que o cliente realmente necessita. Tenho feito essa palestra em vários eventos de negócio pelo Brasil para despestar profissionais e empreendedores a importância de ouvir as dores do cliente e entregar realmente valor!

Jornalista: O que podemos esperar do universo digital nos próximos anos, especialmente no agro?

Annelise: Na minha opinião podemos esperar mais investimentos voltados para o Agro, tanto em inovação e melhorias ( máquinas e processos), quanto estudos, desenvolvimentos e experimentações! Acredito fortemente que teremos mais profissionais, mais qualificados e mais empenhados em aprender e ensinar. A transformação digital não acontece só nas empresas, mas nas escolas, na sociedade que consomem mais informações, conhecimentos e produtos. Vivemos uma era de pensar de forma enxuta, sem despedícios e com melhores resultados. Então, o Agro só se beneficía desse momento. 

Jornalista: Como ser agentes de mudança num universo repleto de conteúdo, informações com escolhas a serem feitas diariamente?

Annelise: Ser um agente de mudança é ser um crítico construtivo. Não aquele que cruza os braços e reclama de tudo e de todos. Ou aquele que bate no peito se dizendo agente, mas manda o outro fazer o trabalho por ele e ainda diz que ficou mal feito. Agente de Mudança vê oportunidade e melhoria, onde muitos estão conformados e satisfeitos. Compra o trabalho a ser feito, se compromete, coloca a mão na massa porque foca em entregar resultado. Logo, não é um perfil comum. Muitos tem essa vontade, mas quando veem muita burocracia, impedimentos e barreiras, desistem de levar as ideias e melhorias a frente. O que temos que fazer é dar mais autonomia, criar ambientes e espaços colaborativos que tragam mais confiança e conforto para as pessoas terem abertura de expor seus sentimentos e pensamentos. Trabalhar com estruturas exponenciais e descentralizar a gestão! Distribuir as responsabilidades e fazer com que cada um tenha ambiente, ferramenta, conhecimento e tempo para desenvolver e entregar o que se compremeteu. Temos que quebrar silos, unir as pessoas para atingir propósitos. Assim vamos alcançar melhores resultados!

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