Vocês já perceberam que a grande maioria das postagens que vemos nas redes sociais só falam sobre o sucesso de fazer um Discovery? Pois é… Mas quem trabalha com produto diariamente, há muitos anos, sabe que nessa área não existe glamour e que no dia a dia, a rotina é puxada. Qualquer mudança ou esquecimento, que tenha valor, pode impactar muito todo o planejamento e até inviabilizar o negócio.
É preciso planejar com afinco, comprometer os profissionais, organizar os dias de trabalho prevendo mudanças e melhorias que podem ser propostos, ou vir dos próprios participantes, com intuito de ter sucesso. O processo pode ser dinâmico, mas a cocriação e o engajamento antes, durante e depois são fundamentais. E por mais que tentamos prever, prevenir o que pode acontecer, os erros durante o Discovery podem ocorrer!
Como diz o ditado: “é errando que se aprende” e todo erro nos leva há um aprendizado. Quando conseguirmos identificar, tratar e corrigir, aumentamos a nossa eficiência, melhoramos o processo, ganhamos qualidade e tempo na entrega. Sem falar, que os profissionais trabalham com muito mais confiança e abertura para promover troca…
Por esse motivo, listei alguns erros mais comuns em Discoveries. São eles:
1) NÃO INSERIR ENGENHARIA NO PROCESSO, COM PRODUTO E DESIGN!
Muitas empresas planejam a realização do Discovery apenas com as pessoas de negócio e produto, não envolvendo os profissionais de Engenharia de Software ( analistas, desenvolvedores, QA´s, infra, DBA´s), por achar que o “pessoal” da Engenharia vai criar barreiras na solução. Quando na verdade, a barreira já foi criada pelo próprio time de produto! Por favor, não façam isso! Além do processo ficar muito mais lento, já inicia com criação de silos e problemas de relacionamento, dificultando o comprometimento de todos como time.
2) NÃO TRAZER PROFISSIONAIS QUE DETÊM CONHECIMENTO E A EXPERIÊNCIA NECESSÁRIA!
O facilitador envia a agenda do Discovery para os profissionais que possuem expertise no produto ou negócio que será desenvolvido. Esses profissionais têm tomada de decisão, para avaliar impactos e propor melhores soluções naquele momento. Caso eles não compareçam ou peçam para outros profissionais para irem, com intuito apenas de comparecer, por não terem experiência no assunto, o Discovery corre o risco de não ser bem realizado ou sair com boas definições.
3) NÃO CONVOCAR E COMPROMETER PROFISSIONAIS TERCEIRIZADOS!
Empresas que ainda fazem distinção entre os profissionais tendem a não convocar terceirizados para participarem do processo de Discovery, justificando que por serem prestadores de serviços, não é necessário a participação no processo de ideação e solução. E é justamente essa cultura que não se encaixa, porque se os profissionais terceiros forem desenvolver a solução, eles precisam participar do processo ponta a ponta. Além disso, precisam se manter no time de desenvolvimento do produto/negócio. A rotatividade de profissionais terceiros nos projetos só interrompe a evolução do trabalho! Então fica essa dica ai 😉
4) NÃO REALIZAR PESQUISAS E LEVANTAR DADOS PARA USAR NO DISCOVERY!
Toda vez que agendamos um Discovery temos como intuito corrigir um problema propondo uma melhoria, criar um produto/negócio novo ou lançar versões de um produto. Para todos esses propósitos precisamos realizar pesquisas, pois elas vão nos direcionar a uma melhor solução! Fazer Discovery sem uma base é perder tempo!
5) NÃO RESTRINGIR A DESCOBERTA DO PRODUTO/NEGÓCIO À VALIDAÇÃO DO PROBLEMA A SER SOLUCIONADO!
O problema apresentado num Discovery nos traz uma orientação do que precisamos fazer para corrigir e melhorar. Mas, podemos ir além das expectativas, olhando oportunidades que podem aparecer durante o processo e que vão gerar inovação de produtos/negócios. Temos que ficar atentos e aproveitarmos essas chances!
As falhas podem ocorre juntas num mesmo processo ou em momentos diferentes. O mais importante é identificar, corrigir e continuar!
Desejo que esse artigo te ajude!
Ate mais 😀